Uma doença de grande impacto estético e que também afeta muito o lado emocional e psicológico. No dia 25 de junho, temos do Dia Mundial do Vitiligo. Um dia muito oportuno para levarmos esclarecimentos e conscientização sobre essa patologia da pele que acomete cerca de 1% da população.
O vitiligo é uma doença autoimune, na qual ocorre a perda de atividade dos melanócitos (células responsáveis pela síntese da melanina – substância que dá cor à pele). Com isso, o paciente passa ter a despigmentação da pele, que pode acontecer em forma de manchas acrômicas (sem cor), em em qualquer região da superfície cutânea.
As causas do surgimento dessa patologia ainda não estão completamente esclarecidas, mas temos a clareza de que se trata de um processo autoimune (isto é, no qual o organismo “ataca-se” a si mesmo). Logo, o quadro NÃO é contagioso e ele em si também NÃO está relacionado a outros comprometimentos da saúde sistêmica do paciente – embora, naturalmente, a pessoa também possa vir a ter outros problemas de saúde, autoimunes ou não, como qualquer outro paciente.
Contudo, as consequências emocionais associadas ao surgimento e avanço da doença costumam ser muito grandes, não raro afetando a autoestima e a autoaconfiança do paciente, comprometendo diretamente a qualidade de vida desses indivíduos.
Por isso, um dos pontos-chave que devemos frisar em relação à essa patologia da pele é o de que o paciente com vitiligo pode (e deve) levar uma vida normal. Qualquer tipo de discriminação ou preconceito com quem apresenta esse quadro são posturas completamente descabidas!
Naturalmente, nas áreas atingidas pela doença, a pessoa terá de tomar alguns cuidados especiais em relação à fotoproteção, que deverão ser orientados pelo dermatologista que acompanha o caso. Aliás, eis um outro ponto muito importante de frisarmos: existem várias formas clínicas de vitiligo, com variação de extensão, localização das manchas e velocidade de avanço da doença. Por isso, cada caso é ÚNICO e os planos de tratamento são sempre individualizados.
Infelizmente, a mesma Internet que pode servir para esclarecer, serve também para espalhar mitos e “receitas milagrosas” com mais velocidade. Com isso, inúmeras vezes, a automedicação acaba não só sendo ineficaz, como potencializando ainda mais o avanço e/ou as complicações do quadro clínico.
Em relação ao vitiligo, em vez de cura, as palavras mais adequadas são controle – com a estabilização do avanço da doença – e repigmentação, em vez de cura propriamente dita. Sim, em algumas situações, é possível conseguir 100% reversão total de uma lesão – isso acontece em geral quando ela é pega em estágio inicial, sendo mais difícil acontecer em casos onde a doença esteja mais avançada e numa proporção maior da pele.
Entre as alternativas terapêuticas estão o uso de imunossupressores tópicos ou sistêmicos, imunomoduladores, anti-radicais livres, medicamentos fotossensibilizantes, fototerapia, tratamentos a laser, entre outros. Porém, o primeiro passo de um tratamento eficiente é sempre a visita ao dermatologista, o mais cedo possível, para a devida avaliação das primeiras lesões percebidas pelo paciente.
MEDIDAS IMPORTANTES FRENTE AO DIAGNOSTICADO OU SUSPEITA DE VITILIGO
- O acompanhamento pelo dermatologista para confirmação diagnóstica e prescrição do tratamento individualizado é FUNDAMENTAL nesses casos;
- Em geral, o paciente deve reforçar os cuidados de fotoproteção com a área afetada, seguindo as orientações do dermatologista;
- Também é recomendado evitar tatuagem, aconselhando-se com o médico antes de realizá-la;
- Roupas, calçados e acessórios muito apertadas e que “traumatizem” a pele também podem ser fatores que aumentam as chances de surgimento de novas lesões;
- Tomar cuidado com a exposição repetitiva da pele a substâncias químicas agressivas;
- Procurar manter uma dieta saudável, rica em antioxidantes;
- Buscar levar um estilo de vida que ajude a controlar bem a ansiedade e o estresse.