Sou professora no Ambulatório de Cosmiatria da Faculdade de Medicina de Jundiaí e, dias atrás, trabalhei com as minhas residentes um tema de que gosto muito e sobre o qual gostaria também de falar aqui no blog: o tratamento da hiperidrose axilar com toxina botulínica.
O procedimento consiste em usar a substância popularmente conhecida como Botox, para o controle do suor excessivo nas axilas. Amo realizar esse tratamento, por estar convicta de que não existe hoje melhor relação “custo X benefício” para o tratamento da hiperidrose.
A aplicação de toxina botulínica já é considerada o “padrão ouro” para controlar o suor excessivo nas axilas – um problema que, conforme estimativas, atinge cerca de 1% da população, causando grandes incômodos e constrangimentos para esses pacientes.
É muito gratificante ver como esse tratamento impacta diretamente a qualidade de vida dos pacientes que se submetem a ele. No Ambulatório da Faculdade, os pacientes têm a oportunidade de serem atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), após uma triagem para investigar se há, de fato, indicação para o procedimento. Em meus consultórios particulares, a procura pelo procedimento também tem sido cada vez maior.
Ver essas pessoas retornarem após um período de 8 a 12 meses, dispostas a repetir a aplicação é a prova máxima de que o tratamento realmente é eficaz e viável para o paciente. E ouvir os relatos sobre a liberdade de poder se movimentar com desenvoltura nos eventos sociais, sem se preocupar de estar com a roupa encharcada, de poder usar peças claras e saber do ganho de autoconfiança por parte dessas pessoas nas suas interações pessoais é algo para lá de gratificante para nós, especialistas.
Por isso, a quem tem hiperidrose, o meu conselho é: não se isole e nem se sinta constrangido. Entenda que o seu problema tem tratamento e que o primeiro passo para isso é ser avaliado por um dermatologista. A toxina botulínica é uma opção, dentre outras, em um vasto arsenal terapêutico. Procure um especialista.