Técnicas que são capazes de levar ativos medicinais diretamente às diversas camadas da pele, potencializando os resultados de tratamentos na face ou em diversas áreas do corpo. Sim, elas existem e são cada vez mais utilizadas. Os processos variam, mas o conceito geral é o mesmo: drug delivery – ou, em tradução livre, entrega de medicamentos/substâncias.
O microagulhamento e a microdermoabrasão seguidos da aplicação de medicações, a intradermoterapia, a microinfusão de medicamentos na pele (MMP®) e até diversos tipos de laser, são meios que utilizamos para “abrir portas” na epiderme e permitir que determinadas substâncias cheguem diretamente em determinadas camadas nas quais pretendemos trabalhar.
Os benefícios na aparência e/ou textura nesses casos vão acontecer de dentro para fora, de formas mais efetiva e ágil. Pois o que acontece nesses processos é que vamos exatamente onde é preciso para que as reações aconteçam, ajudando a pele a restabelecer/recuperar capacidades naturais.
Assim, em um tratamento rejuvenescedor podemos, por exemplo, estimular a produção de colágeno e de elastina, perdida com o passar dos anos. Já nos casos de danos solares, como na leucodermia gutata (sarda branca), ajudamos os melanócitos (células responsáveis pela produção de melanina) a recuperarem a sua capacidade de pigmentar a pele, eliminando as manchas que tanto incomodam os pacientes.
Quando um caso tem indicação para ser trabalhado com drug delivery, praticamente qualquer técnica do arsenal disponível atualmente para esse tipo de tratamento pode ser utilizada. Diante dos resultados desejados, o que vai determinar a escolha do procedimento é a experiência do médico para avaliar qual sistema poderá ter uma performance melhor em cada situação, além da disponibilidade dos aparelhos no consultório.
Sendo assim, ao falarmos desse conceito, duas coisas devem ficar bem claras: primeiro, que essas técnicas são muito potentes e grandes aliadas de resultados fantásticos em diversos tipos de tratamento. Segundo: que são procedimentos invasivos – logo, para darem certo e serem seguros, exigem o amplo conhecimento do MÉDICO DERMATOLOGISTA sobre o funcionamento da pele (um órgão complexo, integrante de todo um sistema, que é o nosso organismo). Drug delivery é procedimento para PROFISSIONAL.
FALEMOS DE ALGUMAS TÉCNICAS
MICRODERMOABRASÃO: aqui falamos de uma possibilidade de trabalho mais superficial, pois estamos nos referindo a um processo físico que promove um “lixamento” na epiderme – a fim de estimular um processo regenerativo – com o qual podemos combinar a aplicação de ativos, que serão mais facilmente absorvidos nessa camada. É um processo que pode ser aplicado no tratamento de estrias jovens, por exemplo.
MICROAGULHAMENTO: é outro processo físico que por si só também tem indicações muito benéficas em tratamentos de revitalização da pele, e que pode ser também utilizado como potencializador da absorção de substâncias nas camadas mais superficiais – embora permita abrir “canais” um pouco mais profundos do que a microdermoabrasão. Em um tratamento para amenizar marcas superficiais de espinhas, por exemplo, o estímulo físico da recuperação da pele pode ser combinado com o uso de medicações que vão promover a recomposição das áreas marcadas pelas microcicatrizes.
LASER: também podemos utilizar os lasers fracionados ablativos para potencializar a chegada de substâncias na pele, onde a ação do laser forma pequenos canais de coagulação, após remoção de parte da epiderme. São processos utilizados em determinados tratamentos de rejuvenescimento, melhorias de textura e de alguns tipos de manchas, etc. Mas tanto nos lasers, quanto na microdermoabrasão e no microagulhamento, é importante ressaltar que são situações nas quais unir a aplicação de medicamentos a procedimentos que, por si, só já desencadeiam processos regenerativos.
INTRADERMOTERAPIA: agora sim estamos falando de um método exclusivamente desenvolvido para agir como drug delivery. Nesse procedimento, os princípios ativos são infundidos através de injeções com pequenas agulhas, ponto a ponto. O próprio médico controla a profundidade de aplicação para atingir o plano desejado. No rosto, costuma ter indicações principalmente nos casos em que buscamos melhorar a qualidade da pele, aumentar a sua hidratação, bem como o tônus dos tecidos mais profundos da face. Nos tratamentos corporais, pode ser utilizado em diversos casos, com especial destaque para o combate à celulite e à gordura localizada.
MMP®: a sigla vem de “microinfusão de medicamentos na pele”. Nessa técnica, as medicações são infundidas através de um pequeno aparelho, cuja ponteira dispõe de dezenas de microagulhas, milimetricamente ajustadas para atingir uma profundidade pré-determinada. À medida que o aparelho vai abrindo canais na pele, a medicação ou os princípios ativos já vão sendo entregues. Nesse caso, dezenas de microcanais são perfurados ao mesmo tempo, permitindo uma aplicação bastante homogênea e com excelentes resultados. Entre outras patologias, a MMP® é uma técnica muito referida no tratamento da sarda branca (LEIA MAIS AQUI SOBRE ESTE TEMA) e da calvície.