Calvície: o que é possível esperar de um tratamento

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A calvície é uma condição genética, que exige tratamento contínuo, desde o início.

Dia desses, li a seguinte chamada, num desses posts que passam pelas nossas vistas na Internet: “uma nova descoberta tecnológica poderá, em breve, apresentar a cura da calvície”.

Para nós, especialistas, é fácil bater o olho e saber que se trata de mais uma notícia sensacionalista. Mas resolvi escrever sobre o assunto depois de pensar em tantos pacientes que se angustiam com a perda de cabelo e que, muitas vezes, acabam indo atrás de promessas milagrosas e acabam frustrados, sem alcançarem os resultados esperados.

Pior ainda é que graças a esse tipo de situação, muitas pessoas acabam por encarar com ceticismo e desconfiança os tratamentos seguros e realmente eficazes que existem. Separemos então o joio do trigo e falemos de uma forma clara sobre o que temos hoje disponível para tratar o problema, de forma segura e cientificamente comprovada:

  1. NÃO é possível falar em cura para a calvície. Sempre que vir algo assim, a pessoa deve saber que está diante de uma propaganda enganosa. Afinal, a calvície é uma condição genética e ainda estamos longe de conseguir alterar nossos genes!
  2. Embora realmente existam pesquisas que ventilam a possibilidade uso de células tronco para tratar o problema. Mas isso ainda está muito longe de mostrar resultados efetivos e, principalmente, de se tornar uma realidade prática para os pacientes.
  3. Apesar de não ser possível reverter definitivamente a calvície, quando o quadro é diagnosticado e tratado logo no seu início, o avanço do problema pode ser contido e é possível recuperar boa parte dos fios. E aí está a grande chave para resultados eficazes: a intervenção assertiva e precoce sobre o problema.
  4. O tratamento pode incluir: uso de medicações por via oral; medicações tópicas, que devem ser utilizadas diariamente; além de tratamentos injetáveis – sejam através de intradermoterapia, microinfusão de medicamentos na pele ou de drug delivery de medicações no couro cabeludo – ou através de laser ou microagulhamento.

Os tratamentos para a calvície devem ser contínuos por toda a vida, podendo-se optar por pequenos períodos de pausa, a critério do médico dermatologista.

AGENDE A SUA AVALIAÇÃODermatologista Tallita Rezende

Existem ainda dois outros pontos muito importantes a esclarecer sobre a calvície, que podem fazer toda a diferença para que o paciente tome logo a iniciativa de consultar um especialista. O primeiro deles é saber que a calvície NÃO é um problema que afeta somente ao homens. Embora em menor proporção, mulheres também podem trazer esse traço genético.

A segunda questão relevante é quanto à percepção da diminuição do volume capilar. A maior parte das pessoas acredita que os cabelos ficam ralos porque caem mais do que o normal. Mas não é isso que acontece.

É normal perdermos até 100 fios de cabelo por dia. Mas os fios crescem na mesma proporção em que caem e, por isso, nem percebemos significativas alterações no volume capilar.

A calvície, na verdade, se caracteriza pela miniaturização dos fios. Isto é, os fios de cabelo continuam nascendo, mas vão ficando cada vez menores e mais finos, até perderem a força e deixarem de crescer. Estar atento à “força” do cabelo e procurar logo ajuda especializada se ele estiver ficando mais “ralo” é uma medida fundamental para que o tratamento chegue em tempo de agir com maior eficácia.