Estamos em plena Semana da Amamentação e, em um blog onde falamos de saúde da pele, a gente não pode deixar de ressaltar alguns aspectos importantes a esse respeito. Entre todos os benefícios que traz para a saúde do bebê, o aleitamento materno também diminui a incidência de dermatites nessas crianças – principalmente, a dermatite atópica (inflamação crônica que acomete algumas áreas da pele, levando ao aparecimento de lesões e coceira).
Isso tem a ver com o reforço de imunidade que o leite materno proporciona. Vale ressaltar também o quanto esse contato direto entre mãe e bebê proporciona sensação de segurança e aconchego para a criança, contribuindo para deixá-la mais tranquila e confortável. É uma linda relação de pele!
Por outro lado, muitos mitos ainda rondam a amamentação, em relação ao que ela pode ocasionar em termos de alterações estéticas no corpo da mãe.
Em consultório ouvimos esses receios de muitas pacientes e procuramos e orientá-las devidamente. Acolher as dúvidas, esclarecer o que é mito e o que é verdade, além de tranquilizá-las, apresentando o que existe em termos de tratamentos para que ela se sinta confortável com o seu corpo após a gestação é uma forma de colaborar com a rede de apoio tão importante e tão necessária para a mulher nesse momento.
Então vamos a alguns esclarecimentos importantes:
VERDADE: dar de mamar acelera o metabolismo, contribuindo para a perda de peso e retorno mais rápido à forma corporal anterior à gravidez;
MITO: amamentar causa estrias. NÃO, não causa! Essas cicatrizes são causadas pelo estiramento da pele, em situações onde há ganho de peso e/ou aumento de volume da região de forma abrupta – e isso é o que normalmente acontece com os seios durante a gravidez. Portanto, dar ou não de mamar ao bebê NÃO terá influencia nesse processo! O que influi diretamente é como a pele é tratada ANTES, DURANTE e DEPOIS da gestação (aqui neste post falamos mais sobre o processo de formação e a prevenção das estrias).
VERDADE: caso surja após a gestação, as estrias PODEM ser tratadas mesmo que a paciente ainda esteja amamentando. Embora nem todos os procedimentos estejam liberados, há muitos que não só podem como devem ser iniciados já nessa fase, pois a intervenção precoce faz toda a diferença nos resultados. Tratamentos a laser, microagulhamento e microdermoabrasão são alguns dos procedimentos que podemos fazer nessa fase.
MITO: o seio tende a ficar flácido depois de passado o período da amamentação. NÃO, isso NÃO é verdade! Dar de mamar à criança NÃO torna os seios “caídos”. A flacidez nos seios ou em outras partes do corpo verificada após a gestação está muito mais ligada a questões como: tendência genética, ganho excessivo de peso/volume durante a gestão, exposição solar da pele sem proteção ao longo dos anos e falta de tônus muscular na região.
VERDADE: medidas preventivas ajudam a evitar a flacidez após a gestação. Entram nessa lista: fotoproteção adequada; uso de cremes especiais para gestantes, que ajudem a promover a hidratação e nutrição da pele ; ganho de peso controlado; prática de atividade física, alimentação bem balanceada (nutrientes como cobre, zinco, cálcio e vitaminas A e C são importantes na prevenção da flacidez) e abstenção do fumo (em todas as fases da vida). E também existem tratamentos eficazes para esse quadro!
O acompanhamento dermatológico é importante para todas as pessoas, em todas as fases da vida. Na gestação e no puerpério, isso não é diferente. As medidas de prevenção e os tratamentos estão aí para ajudar a mulher a estar bem com o seu corpo nessas fases ao mesmo tempo tão belas e repletas de desafios.